A disciplina de Parasitologia é essencial para a formação de profissionais da área da saúde, fornecendo conhecimentos fundamentais sobre as principais doenças parasitárias que afetam seres humanos e animais, bem como os métodos de diagnóstico e controle. No entanto, muitos estudantes enfrentam desafios significativos ao lidar com a identificação dos helmintos e artrópodes parasitos e a compreensão dos ciclos de vida desses organismos, que muitas vezes envolvem múltiplos hospedeiros e vetores.
Além disso, aspectos de Saúde Ambiental são fundamentais para a epidemiologia das doenças parasitárias, uma vez que fatores como qualidade do solo, presença de criadouros de vetores e saneamento básico influenciam diretamente a disseminação das infecções. Dois temas importantes nesse contexto são:
Geohelmintoses e Análise de Solo: Parasitos intestinais transmitidos pelo solo, como Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Ancylostoma duodenale, apresentam um componente ambiental crucial. Métodos de detecção de ovos em amostras de solo são ferramentas importantes para compreender sua distribuição e orientar estratégias de controle.
Monitoramento de Aedes spp. com Ovitrampas: Arboviroses como dengue, chikungunya e zika estão diretamente relacionadas ao controle de Aedes aegypti e Aedes albopictus. Técnicas como o uso de ovitrampas permitem avaliar a infestação vetorial e implementar ações preventivas.
Nesse contexto, um projeto de monitoria acadêmica se torna essencial para oferecer suporte aos alunos, auxiliando na compreensão das relações entre parasitologia e saúde ambiental e na realização de atividades práticas. O monitor desempenhará um papel fundamental ao apoiar os alunos na diferenciação dos parasitos, no aprendizado de técnicas laboratoriais e na aplicação de metodologias de campo, como análise de amostras de solo e monitoramento de vetores.
Além de fortalecer o aprendizado prático e teórico, o projeto incentivará uma abordagem crítica sobre os fatores ambientais que influenciam a transmissão de helmintos e artrópodes parasitos, promovendo o pensamento científico aplicado ao controle de doenças parasitárias.
Compreender a relação entre parasitologia e saúde ambiental, identificando fatores ambientais que influenciam a transmissão de helmintos e artrópodes parasitos.
Aprender técnicas laboratoriais e de campo para diagnóstico de geohelmintoses em amostras de solo e monitoramento de infestação por Aedes spp.
Desenvolver habilidades de identificação morfológica de helmintos e artrópodes parasitos por meio de exames microscópicos e outras técnicas diagnósticas.
Aprimorar o entendimento dos ciclos biológicos de parasitos intestinais e vetores, correlacionando-os com fatores ambientais e medidas de controle.
Fomentar o pensamento crítico e a abordagem científica para análise epidemiológica de doenças parasitárias, promovendo o uso de dados ambientais para a tomada de decisões.
Estimular a aplicação de métodos de controle baseados em estratégias de Saúde Única, considerando o impacto ambiental e a inter-relação entre humanos, animais e o meio ambiente.
Aprofundar o conhecimento sobre helmintos e artrópodes parasitos, revisando e aplicando técnicas diagnósticas e metodologias epidemiológicas.
Desenvolver habilidades didáticas e de liderança, auxiliando na orientação de alunos em práticas laboratoriais e atividades de campo.
Aprender a interpretar e apresentar dados epidemiológicos, utilizando ferramentas para análise ambiental e parasitológica.
Refletir sobre a importância do monitoramento ambiental, discutindo a aplicabilidade das análises de solo e do uso de ovitrampas para o controle de doenças parasitárias.
Promover a interação interdisciplinar, integrando conhecimentos de parasitologia, epidemiologia e saúde ambiental para uma formação acadêmica mais ampla.
Treinamento Inicial:
Sessão de capacitação sobre helmintos e artrópodes parasitos, métodos diagnósticos e análise de fatores ambientais.
Revisão das técnicas de microscopia, exames laboratoriais e métodos de monitoramento ambiental.
Discussão de artigos científicos e estudos de caso sobre geohelmintoses e arboviroses.
Sessões de Monitoria:
Aulas práticas de identificação de helmintos e artrópodes parasitos.
Sessões sobre métodos de coleta e análise de amostras de solo para diagnóstico de geohelmintoses.
Demonstração do uso de ovitrampas para monitoramento de Aedes spp. e interpretação dos resultados.
Discussão de medidas preventivas e estratégias de controle baseadas nos resultados obtidos.
Acompanhamento e Avaliação:
Registro de dificuldades e progresso dos alunos ao longo do semestre.
Aplicação de questionários para avaliar a eficácia das atividades desenvolvidas.
Elaboração de um relatório final com os resultados do projeto de monitoria.
Facilitar sessões práticas sobre helmintos e artrópodes parasitos.
Acompanhar a realização de exames parasitológicos em amostras de solo.
Auxiliar na montagem e análise de ovitrampas para monitoramento de Aedes spp.
Criar materiais de apoio como resumos, diagramas e fichas de identificação de parasitos.
Promover discussões sobre medidas preventivas e controle de doenças parasitárias.
Auxiliar na interpretação de resultados laboratoriais e epidemiológicos.
Pontos
Helmintos parasitos humanos e sua epidemiologia.
Artrópodes de importância médica: vetores e ectoparasitos.
Técnicas laboratoriais para identificação de helmintos e artrópodes parasitos.
Saúde Ambiental e Parasitologia: métodos de análise de solo para geohelmintoses.
Monitoramento de vetores: ovitrampas para Aedes spp.
Mapeamento colaborativo para controle de doenças parasitárias.
Bibliografia
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). DPDx - Laboratory Identification of Parasites of Public Health Concern. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/index.html
Neves, D.P. Parasitologia Humana. 11ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
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Roberts, L.S., Janovy Jr., J., Nadler, S. Foundations of Parasitology. 9ª ed. New York: McGraw Hill, 2009.
Marino, T.B., Silva, J.X., Mathias, M.A.S. Plataforma Vicon SAGA: Um instrumento de apoio ao mapeamento colaborativo. Espaço Aberto, 13(2), 2023. DOI: https://doi.org/10.36403/espacoaberto.2023.59733